1 – ÍNDICE NACIONAL DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLO – IPCA
O Distrito Federal registrou inflação de 0,34% em julho de 2023 medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), conforme apresentado no gráfico 1. Esse resultado ficou acima da inflação nacional, de 0,12%, e foi a terceira maior entre as 16 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado em 12 meses, o DF registrou inflação de 4,62%, também acima do índice nacional, que acumula 3,99%, no mesmo período.
Gráfico 1 – IPCA – Variação mensal e acumulada em 12 meses (%) – Brasil e Regiões Pesquisadas – julho de 2023
Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan
As duas maiores contribuições para a inflação foram observadas nos grupos Transportes (1,60% e 0,36p.p.[1]) e Saúde e cuidados pessoais (0,63% e 0,09p.p.). Os grupos Habitação (-0,87% e -0,11p.p.), Alimentação e bebidas (-0,24% e -0,04p.p.) e Vestuário (-0,50% e -0,02p.p.) registram deflação no mês, conforme Gráfico 2. A Tabela 1 mostra que as maiores altas dentre os subitens foram Gasolina (+2,46% e +0,17p.p.), Automóvel novo (+2,02% e +0,09p.p.) e Passagem aérea (+4,85% e +0,07p.p.). Os subitens que apresentaram as maiores contribuições negativas para o índice geral foram Energia elétrica residencial (-3,76% e -0,11p.p.), a Conserto de automóveis (-1,61% e -0,03p.p.) e o Blusa (-2,87% e -0,02p.p.).
Gráfico 2 – IPCA – Variação mensal (%) e contribuição (p.p.), por grupo – Brasília – julho de 2023
Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan
Tabela 1 – IPCA – 10 maiores contribuições positivas (azul) e negativas (laranja) e suas respectivas variações mensais, por subitem – Distrito Federal – julho de 2023
Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan
2 – ÍNDICE NACIONAL DE PREÇOS AO CONSUMIDOR – INPC
A inflação mensurada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), incidente sobre as famílias com rendimentos entre um e cinco salários mínimos, registrou queda de 0,06% em julho de 2023, superior à deflação nacional de 0,09%, conforme observado no Gráfico 3. Nos últimos 12 meses até julho, o INPC acumulou alta de 3,71% na capital federal e de 3,53% no país.
Gráfico 3 – INPC – Variação mensal (%) – Brasil e Regiões Pesquisadas – julho de 2023
Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan
O Gráfico 4 e a Tabela 2 apresentam os grupos e os subitens que mais contribuíram para o resultado do INPC de julho. O grupo Habitação registrou a maior variação mensal negativa (-1,16%), adicionando -0,22p.p. ao índice geral do Distrito Federal, seguido pelo grupo de Alimentação e bebidas (-0,59% e -0,13p.p.). Os dois subitens de maior contribuição para a queda do índice mensal foram o de Energia elétrica residencial (-4,16% e -0,18p.p.) e o de Automóvel usado (-1,85% e -0,05p.p.). Em contrapartida, o grupo que registrou maior inflação no mês foi o de Transportes (+1,02% e +0,23p.p.), seguido do grupo de Saúde e cuidados pessoais (+0,30% e +0,03p.p.). Entre os subitens com inflação, destacam-se Gasolina (+2,46% e +0,17p.p.),e Seguro voluntário de veículo (+3,65% e +0,06p.p.).
Gráfico 4 – INPC – Variação mensal (%) e contribuição (p.p.), por grupo – Distrito Federal – julho de 2023
Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan
Tabela 2 – INPC – 10 maiores contribuições positivas (azul) e negativas (laranja) e suas respectivas variações mensais, por subitem – Distrito Federal – julho de 2023
Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan
3-IPCA por faixa de renda
A percepção da inflação foi maior para pessoas de renda mais elevada. O Gráfico 5 retrata a percepção da inflação para diferentes estratos sociais no mês de julho. O cálculo realizado pelo IPEDF aponta que a inflação sentida pelas famílias de renda alta foi de 0,53%, para as famílias de renda média-alta foi de 0,31%, para as famílias e média-baixa ficou em 0,18%, e por fim, para as famílias de renda baixa foi de 0,06%. Esse comportamento é atrelado aos diferentes pesos que cada item considerado no cálculo do IPCA por faixa de renda tem nas cestas de consumo de cada estrato. A inflação impulsionada pelo grupo de Energia elétrica residencial, por exemplo, tem uma maior participação nas cestas de consumo dos estratos mais baixos de renda. Enquanto a deflação observada do grupo de Passagem aérea tende a ser mais benéfica para as classes de renda mais alta.
Gráfico 5 – IPCA por faixa de renda – Variação mensal (%) – Distrito Federal – julho de 2023
Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan
4-Índice CEASA do Distrito Federal -ICDF
O Índice Ceasa do Distrito Federal – ICDF, registrou alta na média geral dos preços de 1,69% no período, comparado ao mês anterior. O Grupo das Frutas apreciou 5,34%, de Legumes depreciou -5,87%, o de Verduras, -5,17%, e o de Ovos e Grãos, -5,33%. A menor oferta de diversos produtos, como manga tommy 19,05%, manga palmer 19,05%, mamão formosa 14,61%, maracujá extra 14,29%, batata doce extra 9,65%; tomate extra 0,57%, provocou sua alta. A substituição da cultura de beterraba, 41,88%, por cenoura, -4,22%, provoucou pressão de alta na primeira e alguma queda nesta última. As folhosas seguem com tendência de queda, devido ao período de produção favorecida. O Morango deve continuar em viés de baixa, devida ao período de maior produção no DF. Cebola nacional e batata lisa tendem a apresentar patamar de preço mais baixo devido à produção no DF e Entorno.
5-Considerações Finais
Inflação de julho de 2023
- O DF registrou inflação de 0,34% em julho medida pela variação mensal do IPCA. Este foi o terceiro maior resultado entre as capitais pesquisadas pelo IBGE e ficou acima da inflação nacional, de 0,12%. No acumulado em 12 meses, o DF apresentou a terceira maior inflação das capitais, de 4,62%.
- INPC diminuiu 0,06%, sendo a terceira maior deflação entre as capitais. O resultado nacional foi de -0,09%. O acumulado em 12 meses foi de 3,71%, a quinta maior inflação.
- O aumento do IPCA no mês ocorreu predominantemente pelo grupo Transporte (1,60% e 0,36p.p.), puxado principalmente pelo aumento do grupo Gasolina (2,46% e 0,17p.p.).
- A percepção da inflação foi menor quanto menor o nível de renda. Ou seja, as famílias de renda baixa foram as menos sentiram a inflação, com percepção de 0,06% de inflação. A inflação sentida pelas famílias de renda alta foi de 0,53%, para as famílias de renda média-alta foi de 0,31%, para as famílias e média-baixa ficou em 0,18%.
Para o próximo mês:
- Reação à aprovação da reforma tributária.
- Reverberações do corte da taxa Selic em 0,5p.p.
- Continuidade dos efeitos da nova política de preços da Petrobras.
[1] Variação no mês e contribuição para o resultado do índice, respectivamente. Esse padrão se mantém para todos os dados apresentados em tal formato.
