1 – ÍNDICE NACIONAL DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLO – IPCA
O Distrito Federal registrou inflação de 0,68% em agosto de 2023 medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), conforme apresentado no Gráfico 1. Esse resultado ficou acima da inflação nacional, de 0,23%, e foi a segunda maior entre as 16 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado em 12 meses, o DF registrou inflação de 5,56%, também acima do índice nacional, que acumula 4,61%, no mesmo período.
Gráfico 1 – IPCA – Variação mensal e acumulada em 12 meses (%) – Brasil e Regiões Pesquisadas – agosto de 2023
Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan
As duas maiores contribuições para a inflação foram observadas nos grupos Transportes (1,48% e 0,34p.p.[1]) e Habitação (1,59% e 0,21p.p.). O grupo Alimentação e bebidas (-0,50% e -0,09p.p.), foi o único a registrar deflação no mês, conforme Gráfico 2. A Tabela 1 mostra que as maiores altas dentre os subitens foram Automóvel novo (+3,30% e +0,15p.p.), Gasolina (+1,68% e +0,12p.p.), e Energia elétrica residencial (+2,84% e +0,08p.p.). Os subitens que apresentaram as maiores contribuições negativas para o índice geral foram o Seguro voluntário de veículo (-5,20% e -0,09p.p.), o Leite longa vida (-3,79% e -0,02p.p.) e o Chã de dentro (-7,75% e -0,02p.p.).
Gráfico 2 – IPCA – Variação mensal (%) e contribuição (p.p.), por grupo – Brasília – agosto de 2023
Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan
Tabela 1 – IPCA – 10 maiores contribuições positivas (azul) e negativas (laranja) e suas respectivas variações mensais, por subitem – Distrito Federal – agosto de 2023
Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan
2 – ÍNDICE NACIONAL DE PREÇOS AO CONSUMIDOR – INPC
A inflação mensurada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), incidente sobre as famílias com rendimentos entre um e cinco salários mínimos, registrou aumento de 0,55% em agosto de 2023 no DF, superior à deflação nacional de 0,20%, conforme observado no Gráfico 3. Nos últimos 12 meses até agosto, o INPC acumulou alta de 4,53% na capital federal e de 4,06% no país.
Gráfico 3 – INPC – Variação mensal (%) – Brasil e Regiões Pesquisadas – agosto de 2023
Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan
O Gráfico 4 e a Tabela 2 apresentam os grupos e os subitens que mais contribuíram para o resultado do INPC de agosto. O grupo Alimentação e bebidas registrou a maior variação mensal negativa (-0,82%), adicionando -0,17p.p. ao índice geral do Distrito Federal, seguido pelo grupo Artigos de residência (-0,03% e -0,00p.p.). Os dois subitens de maior contribuição para a queda do índice mensal foram o de Seguro voluntário de veículo (-5,20% e -0,08p.p.) e o de Frango inteiro (-3,73% e -0,04p.p.). Em contrapartida, o grupo que registrou maior inflação no mês foi Habitação (+1,86% e +0,35p.p.), seguido do grupo Transportes (+0,95% e +0,22p.p.). Entre os subitens com inflação, destacam-se Energia elétrica residencial (+3,34% e +0,14p.p.),e Taxa de água e esgoto (+4,54% e +0,13p.p.).
Gráfico 4 – INPC – Variação mensal (%) e contribuição (p.p.), por grupo – Distrito Federal – agosto de 2023
Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan
Tabela 2 – INPC – 10 maiores contribuições positivas (azul) e negativas (laranja) e suas respectivas variações mensais, por subitem – Distrito Federal – agosto de 2023
Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan
3-IPCA por faixa de renda
A inflação foi maior para pessoas de renda mais elevada. O Gráfico 5 retrata a inflação para diferentes estratos sociais no mês de agosto. O cálculo realizado pelo IPEDF aponta que a inflação que incidiu sobre as famílias de renda alta foi de 0,77%, para as famílias de renda média-alta foi de 0,69%, para as famílias e média-baixa ficou em 0,65%, e por fim, para as famílias de renda baixa foi de 0,58%. Esse comportamento é atrelado aos diferentes pesos que cada item considerado no cálculo do IPCA por faixa de renda tem nas cestas de consumo de cada estrato. A inflação impulsionada pelo grupo Energia elétrica residencial, por exemplo, tem uma maior participação nas cestas de consumo dos estratos mais baixos de renda, enquanto que a deflação observada no grupo Automóvel novo tende a ser mais benéfica para as classes de renda mais alta.
Gráfico 5 – IPCA por faixa de renda – Variação mensal (%) – Distrito Federal – agosto de 2023
Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan
4- Índice CEASA do Distrito Federal -ICDF
O Índice Ceasa do Distrito Federal – ICDF registrou retração na média dos preços na ordem de -2,65% no período, comparado ao mês de julho de 2023. O Grupo das Frutas recuou (-3,11%), o de Legumes, (-1,81%) e o de Ovos e Grãos, (-5,34%). Por outro lado, o único a apresentar apreciação foi o Grupo de Verduras, em 3,53%. Pressões de demanda externa afetaram os preços de limão tahiti, 65,43%, entretanto, a boa oferta de mamão formosa (-12,06%); mamão hawai (-17,86%); morango (-18,31%); banana prata (-21,15%); goiaba extra (-22,15%). Uma redução pontual de oferta de tomate extra, 18,06%, alface lisa/crespa, 18,87%, alface americana, 18,87%, brócolos, 15,46%, provocou a alta dos produtos. Com o possível início do período de chuvas, previsto para o final de setembro, produtos como batata lisa e cebola podem apresentar elevação, devido à dificuldade de colheita, outro produto com viés de alta é manga palmer, porém, devido início de entressafra.
5-Considerações Finais
Inflação de agosto de 2023
- O DF registrou inflação de 0,68% em agosto medida pela variação mensal do IPCA. Este foi o segundo maior resultado entre as capitais pesquisadas pelo IBGE e ficou acima da inflação nacional, de 0,23%. No acumulado em 12 meses, o DF apresentou a maior inflação das capitais, de 5,56%.
- INPC aumentou em 0,55%, sendo a terceira maior inflação entre as capitais. O resultado nacional foi de 0,20%. O acumulado em 12 meses foi de 4,53%, a sexta maior inflação.
- O aumento do IPCA no mês ocorreu predominantemente pelo grupo Transporte (1,48% e 0,34p.p.), puxado principalmente pelo aumento do grupo Automóvel novo (3,30% e 0,15p.p.).
- A incidência da inflação foi menor nas famílias de renda baixa (0,58%) seguida pelas famílias de renda média-baixa (0,65%), pelas famílias de renda média-alta (0,69%) e por fim, pelas famílias de renda alta (0,77%).
Para o próximo mês:
- Reação à aprovação da reforma tributária.
- Reverberações do corte da taxa Selic em 0,5p.p.
- Continuidade dos efeitos da nova política de preços da Petrobras.
[1] Variação no mês e contribuição para o resultado do índice, respectivamente. Esse padrão se mantém para todos os dados apresentados em tal formato.
