IPCA-INPC: Distrito Federal tem alta de 6,26% em seus preços em 2022

1 -Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA

Como pode ser observado no Gráfico 1, o Distrito Federal registrou inflação de 0,50% em dezembro de 2022 de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a terceira variação positiva consecutiva no indicador da capital federal. Esse resultado, contudo, é inferior à inflação nacional do mês, que ficou em 0,62%. De acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o resultado é o terceiro menor entre as 16 regiões pesquisadas. As regiões de Campo Grande (MS), Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA) apresentaram índices de inflação menores que o DF. Apesar do resultado mensal abaixo da média, o Distrito Federal fecha o ano de 2022 com uma inflação acumulada de 6,26%, patamar superior ao índice nacional, que fechou o ano em 5,79%.

Gráfico 1 – IPCA – Variação mensal e acumulada em 12 meses (%) – Brasil e Regiões Pesquisadas – dezembro de 2022

Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan

De acordo com Gráfico 2 e a Tabela 1, as duas maiores contribuições positivas ficaram a cargo dos grupos de Saúde e cuidados pessoais (+1,66% e +0,23 p.p.) e Despesas pessoais (+0,84% e +0,10 p.p.), refletindo, sobretudo, as altas nos itens de Recreação (+1,68 % e +0,07 p.p.), Higiene pessoal (+3,71% e 0,11 p.p.) e Plano de saúde (+1,22% e +0,06 p.p.).  O grupo Habitação também se destaca por apresentar o subitem com maior contribuição no mês dentre todos os pesquisados, isto é, Energia Elétrica Residencial (+6,6% e + 0,19 p.p.). O único grupo a apresentar deflação no mês foram os Transportes (-0,70% e -0,16 p.p.), influenciado pelos seus subitens Passagem aérea (-3,98% e -0,06 p.p.) e Gasolina (-2,00% e -0,13 p.p.).

Gráfico 2 – IPCA – Variação mensal (%) e contribuição (p.p.), por grupo – Brasília – dezembro de 2022

Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan

Tabela 1 – IPCA – 10 maiores contribuições positivas (azul) e negativas (laranja) e suas respectivas variações mensais, por subitem – Distrito Federal – dezembro de 2022

Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan

2 – Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC)

       Como pode ser observado no Gráfico 3, a inflação incidente sobre as famílias com rendimentos entre um e cinco salários mínimos, mensurada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), registrou uma variação positiva de 0,57% em dezembro de 2022, valor abaixo do registrado pelo IPCA (0,50%) no mês de referência. Entre as regiões pesquisadas pelo IBGE, o INPC do Distrito Federal foi superior apenas ao do Rio de Janeiro (+0,21%) e ao de Campo Grande (+0,30%). No acumulado em 12 meses, a inflação fechou o ano em +5,67% na capital federal e em +5,93% na a média nacional.

Gráfico 3 – INPC – Variação mensal (%) – Brasil e Regiões Pesquisadas – dezembro de 2022

Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan

 Pode-se perceber no Gráfico 4 e na Tabela 2 que assim como no IPCA, o grupo de Saúde e cuidados pessoais se destacou como a maior contribuição positiva para o INPC do mês, adicionando 0,22 p.p. ao índice geral. Já o segundo grupo com maior contribuição foi Habitação (+0.82% e 0,16 p.p.), refletindo a importância da Energia Elétrica Residencial (+6,32% e +0,28 p.p.) na cesta de consumo da parcela da população que o INPC abrange. O único grupo a apresentar deflação no mês foram os Transportes (-0,65% e -0,15 p.p.), influenciado pelos seus subitens Passagem aérea (-3,98% e -0,03 p.p.) e Gasolina (-2,00% e -0,14 p.p.). Esse resultado revela que as famílias de renda mais baixa experimentaram uma inflação mais alta em comparação com o restante da população. Acerca dessa diferença, ressalta-se novamente que em dezembro, a maior inflação ficou a cargo da energia elétrica residencial (+6,32%), item que possui peso maior na cesta das famílias de renda mais baixa. Além disso, passagem aérea, item que poderia amenizar o aumento de preços do mês devido sua relevante deflação (-3,98%), possui pouca participação no orçamento desse estrato da população.

Gráfico 4 – INPC – Variação mensal (%) e contribuição (p.p.), por grupo – Distrito Federal – dezembro de 2022

Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan

Tabela 2 – INPC – 10 maiores contribuições positivas (azul) e negativas (laranja) e suas respectivas variações mensais, por subitem – Distrito Federal – dezembro de 2022

Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan

3- IPCA por faixa de renda

Pode-se perceber no Gráfico 5 que diante dessa dinâmica, os diferentes estratos sociais da população do Distrito Federal perceberam de forma mais, ou menos, intensa a inflação do período. O indicador calculado pelo IPEDF mostra que as famílias de renda alta verificaram um acréscimo de 0,57% no custo da sua cesta de consumo, enquanto as de renda baixa enfrentaram uma inflação de 1,09%. Já as famílias de rendas média-alta e média-baixa observaram expansões de 0,83% e 0,84% no custo de suas cestas, respectivamente. Isso se deve aos diferentes pesos que os itens têm nas cestas de consumo das famílias de cada faixa de renda. Em dezembro, por exemplo, energia elétrica residencial, que é um item que pesa mais no orçamento de famílias mais pobres, apresentou pelo segundo mês consecutivo a maior alta dentre todos os itens pesquisados pelo IBGE (+6,66%). Por outro lado, passagem aérea, que tem uma participação maior na cesta das famílias de renda alta, foi um dos subitens com maior deflação (-3,98%).

Gráfico 5 – IPCA por faixa de renda – Variação mensal (%) – Distrito Federal – dezembro de 2022

Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan

4- Considerações Finais

  • Inflação de dezembro de 2022
    • IPCA do DF registra inflação de 0,50% em dezembro, quarta menor inflação entre as regiões pesquisadas pelo IBGE. O resultado nacional foi de 0,62%. No acumulado em 12 meses, apresenta a quarta menor inflação, com variação de +6,26%;
    • INPC apresenta variação de 0,57%, sendo a terceira menor inflação no mês. No acumulado em 12 meses (+5,67%), aparece como a oitava maior inflação;
    • A alta do IPCA no mês veio predominantemente dos grupos de Energia Elétrica Residencial ( +0,19 p.p.).
    • A maior redução nos preços se deu no grupo de Combustíveis (-0,14 p.p.), resultante principalmente da queda nos preços da Gasolina (-0,13 p.p.).
    • O índice de difusão reduziu para 63,6%, mostrando que a deflação esteve centrada em itens específicos do consumo das famílias do DF.
    • Entre as faixas de renda, a faixa Baixa apresentou inflação de 1,09% no mês, a Média-baixa alta de 0,84%, a Média-alta de 0,83% e a Alta renda teve alta de 0,57%.
  • Para o próximo mês
    • Indefinições no cenário político nacional (anúncio do plano econômico) e local (afastamento do governador).
    • Cenário de alta de juros internacionais.
    • Arrefecimento da inflação em países desenvolvidos e eficácia da política monetária.