IPCA-INPC: Preços caem 0,22% no DF em agosto

1 – ÍNDICE NACIONAL DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLO – IPCA

O Distrito Federal registrou deflação de 0,22% em agosto de 2022 de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), é a segunda variação negativa consecutiva na capital federal. De acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o resultado é o sexto maior entre as 16 regiões pesquisadas. Diante desse comportamento recente e considerando os últimos 12 meses, a variação distrital acumula alta de 7,75% e a nacional, 8,73%.

Gráfico 1 – IPCA – Variação mensal e acumulada em 12 meses (%) – Brasil e Regiões Pesquisadas – agosto de 2022

Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan

A redução dos preços observada pelos Combustíveis (-8,93%) foi responsável por diminuir em 0,76 ponto percentual (p.p.) o índice geral do DF, bem como destacar o grupo de Transportes (-3,31% e -0,79 p.p.), pela segunda vez seguida, como a principal contribuição negativa do mês. O comportamento se deve, entre outros fatores, à continuidade dos efeitos da alteração da alíquota do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS) sobre os combustíveis e aos reajustes promovidos pela Petrobras, movimento motivado pela queda da cotação do barril de petróleo no mercado internacional e que diminuiu o preço da gasolina cobrado nas refinarias. Outro item que influenciou o comportamento do grupo foi a deflação da Passagem aérea (-6,77% e -0,08p.p.) parte em função do reajuste no preço do querosene de aviação pela Petrobras.

As maiores contribuições positivas, por sua vez, ficaram à cargo dos grupos de Saúde e cuidados pessoais (+1,27% e +0,17 p.p.), refletindo a alta em itens de Higiene pessoal (+2,90 % e +0,08 p.p.) e de Vestuário (+3,02% e 0,13 p.p.), que apresentou alta na quase totalidade dos seus itens acompanhados pelo IBGE entre os quais se destacou a Roupa feminina (+3,73% e 0,05 p.p.). Vale destacar também o comportamento do grupo de Habitação (0,91% e 0,12 p.p.), que reflete, entre outros fatores, o aumento percebido no preço do Condomínio (+2,41% e +0,07 p.p.) e do reajuste no Aluguel residencial (+0,86% e +0,04 p.p.).

Gráfico 2 – IPCA – Variação mensal (%) e contribuição (p.p.), por grupo – Brasília – agosto de 2022

Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan

Tabela 1 – IPCA – 10 maiores contribuições positivas (azul) e negativas (laranja) e suas respectivas variações mensais, por subitem – Distrito Federal – agosto de 2022

Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan

2 – ÍNDICE NACIONAL DE PREÇOS AO CONSUMIDOR – INPC

A inflação incidente sobre as famílias com rendimentos entre um e cinco salários mínimos, mensurada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), registrou uma variação negativa de -0,24% em agosto de 2022, valor abaixo do registrado pelo IPCA (-0,22%) no mês de referência. Entre as regiões pesquisadas pelo IBGE, o INPC do Distrito Federal foi a oitava maior e ficou acima da média nacional para o período
(-0,31%). No acumulado em 12 meses, a inflação desse indicador foi de + 7,08% na capital federal e de +8,83% para a média nacional.


Gráfico 3 –
INPC – Variação mensal (%) – Brasil e Regiões Pesquisadas – agosto de 2022

Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan

Assim como no IPCA, o grupo de Transportes se destacou como o grupo de maior contribuição negativa para o índice geral do INPC do mês, retirando dele 0,75 p.p.. Essa menor intensidade pode ser atribuída, entre outros fatores, a menor participação das Passagem aérea, que teve deflação de 6,77% (-0,05 p.p.), na cesta de consumo das famílias analisadas pelo INPC. Pelo lado das contribuições positivas, o grupo de Saúde e cuidados pessoais (+2,09%), que possui um peso mais expressivo no orçamento das famílias com rendimentos entre um e cinco salários mínimos, teve uma contribuição mais intensa e acresceu 0,19 p.p. ao INPC de agosto.

Gráfico 4 – INPC – Variação mensal (%) e contribuição (p.p.), por grupo – Distrito Federal – agosto de 2022

Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan

Tabela 2 – INPC – 10 maiores contribuições positivas (azul) e negativas (laranja) e suas respectivas variações mensais, por subitem – Distrito Federal – agosto de 2022

Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan

3- IPCA POR FAIXA DE RENDA

Diante dessa dinâmica, os diferentes estratos sociais da população do Distrito Federal perceberam de forma mais ou menos intensa a inflação do período. O indicador calculado pelo IPEDF mostra que as famílias da faixa de renda Baixa verificaram um decréscimo de 0,68% na sua cesta de consumo, enquanto as Alta enfrentaram uma deflação de 0,45%. Isso se deve, principalmente, aos diferentes pesos que os combustíveis, item com maior deflação no período, tem nas cestas de consumo das famílias de cada faixa de renda, bem como ao fato de produtos de saúde e cuidados pessoais, itens com maior inflação, terem maior contribuição no orçamento das famílias de menor renda.

Gráfico 5 – IPCA por faixa de renda – Variação mensal (%) – Distrito Federal – agosto de 2022

Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan

4- ÍNDICE CEASA DO DISTRITO FEDERAL

O ICDF de agosto/2022 registrou variação negativa, de (-4,57%), em relação ao mês anterior. O Setor de Frutas variou negativamente, (-2,52%), assim como o Setor de Legumes, (-11,11%), e o Setor de Verduras, (-5,81%), o Setor de Ovos e Grãos positivamente, 0,44%. Morango, (-21,43%), em período de safra na região, uva Niágara, (-21,06%), abacate, (-18,08%), e melancia, (-15,74%), devido à maior oferta no mercado. Batata lisa, (-19,63%), cenoura, (-17,66%), e tomate, (-6,57%), produtos muito importantes na mesa dos brasileiros, mostraram queda nos preços devido à maior oferta em regiões produtoras.

O aumento das temperaturas na região devem influenciar na demanda e na oferta de diversos produtos. Temperaturas podem favorecer a maturação e aumentar a oferta de produtos como o mamão e o tomate. A batata lisa e a cenoura tendem a manter os preços devido à oferta e qualidade dos produtos no período. O morango tende manter preços mais baixos com a maior oferta de produtos da região. Os custos de produção devem limitar quedas maiores nos preços dos produtos em maior oferta. As incertezas continuam altas com as restrições comerciais de fertilizantes impostas mediante conflitos geopolíticos.

5- CONSIDERAÇÕES FINAIS

  • Inflação de agosto de 2022
    • IPCA do DF registra deflação de -0,22% em agosto, sexto maior resultado entre as regiões pesquisadas pelo IBGE. O resultado nacional foi de –0,36%. No acumulado em 12 meses, apresenta a quinta menor inflação, com variação de +7,75%;
    • INPC apresenta variação de -0,24%, sendo a oitava maior variação no mês. No acumulado em 12 meses (+7,08%), aparece como a terceira menor inflação;
    • A alta do IPCA no mês veio predominantemente do grupo de Saúde e cuidados pessoais ( +0,17 p.p.) e Vestuário (+0,13 p.p.).
    • A deflação se deu em função do grupo de Transportes (-0,79 p.p.), refletindo o comportamento do preço da Gasolina (-9,34% ou -0,74 p.p.) e da Passagem aérea (-6,77% e -0,08 p.p.).
    • O índice de difusão reduziu para 64,0%, mostrando que a deflação esteve centrada em itens específicos do consumo das famílias do DF.
    • Entre as faixas de renda, a faixa Baixa apresentou inflação de -0,68% no mês, a Média-baixa de –0,65%, a Média-alta de -0,43% e a Alta renda teve redução de -0,45%.
  • Para o próximo mês
    • Indefinições no cenário político
    • Reajuste de 10,4% nas distribuidoras no preço de QAV anunciado pela Petrobras em 26 de agosto de 2022.
    • Bandeira tarifária verde para a conta de luz