Conjuntura: Economia do DF cresce 2,5% no 2º trimestre de 2022

Introdução

A conjuntura econômica do segundo trimestre de 2022 foi marcada por uma atividade produtiva aquecida, que se refletiu em uma evolução positiva do mercado de trabalho, tanto a nível nacional como distrital, e que também foi beneficiada pelo aumento do potencial de consumo da população. Os impactos desse cenário sobre os indicadores macroeconômicos são analisados no Boletim de Conjuntura, que traz, portanto, um panorama amplo sobre o desempenho da economia, contextualizando os movimentos de mercado com a conjuntura do período.

Economia do Distrito Federal

A economia do Distrito Federal avançou 2,5% no 2º trimestre de 2022 em relação ao mesmo trimestre de 2021, de acordo com os dados do Idecon-DF. O resultado é o sétimo aumento consecutivo do nível de atividade econômica da capital federal e contou com a colaboração de todos os grandes setores produtivos.

Gráfico 1 – Nível de atividade econômica: PIB-Brasil e Idecon-DF – Trimestre em relação ao mesmo trimestre do ano anterior – 1T2017 a 2T2022 – Variação (%)

Fonte: IBGE e IPEDF Codeplan. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan

A maior expansão foi percebida pela Indústria (+4,6%), seguida por Serviços (+2,4%) e Agropecuária (+0,4%).  No acumulado entre julho de 2021 e junho de 2022, a capital federal apresenta variação positiva de 2,9%. Nessa base, a Indústria distrital se destaca com um incremento de 3,3% e os Serviços acumulam alta de 2,9%. A Agropecuária, que registrou aumento de produtividade nos cultivos de feijão e milho, mas queda na safra de soja, manteve-se relativamente estável (-0,1%).

Gráfico 2 – Idecon-DF: Variação Trimestral (%) por Segmentos de Atividade Econômica – Distrito Federal – Trimestre em relação ao mesmo trimestre no ano anterior – 2T2022 – Variação (%)

¹ Extrativa mineral e Eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana.
² Informação e Comunicação; Alojamento e alimentação; Atividades profissionais, científicas e técnicas, administrativas e serviços complementares; Artes, cultura, esporte e recreação e outras atividades de serviços; Educação e saúde mercantis; e Serviços domésticos; Transporte, armazenagem e correio e Atividades imobiliárias.

Fonte: IBGE e IPEDF Codeplan. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan

Comércio e Serviços no Distrito Federal

O Distrito Federal registrou contração no volume de serviços e de comércio consumidos no segundo trimestre de 2022 frente ao mesmo período de 2021. Com isso, a capital federal amargou uma queda de 5,5% no comércio varejista ampliado (Gráfico 3) e reduziu os ganhos de serviços para 5,6% (Gráfico 4).

Gráfico 3 – Variação acumulada em 12 meses do volume de vendas no Comércio Varejista Ampliado – (%) – Brasil e UFs – junho de 2022

Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan

Gráfico 4 – Variação acumulada em 12 meses do volume de Serviços – (%) – Brasil e UFs – junho de 2022

Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan

Desempenho dos preços no Distrito Federal

A inflação do Distrito Federal, mensurada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 2,35% no segundo trimestre de 2022. Esse resultado representa uma desaceleração no ritmo de crescimento dos preços em comparação com trimestre anterior, mas é o percentual mais elevado para o período desde 1996, quando foi estimado em 3,57%. O grupo de Transportes continua apresentando significativa contribuição para o índice (+1,11 p.p.), sendo a maior no trimestre, entre os grupos definidos pelo IBGE. O INPC acumulado entre abril e junho de 2022 ficou em 1,82%, resultado que o posiciona abaixo do IPCA pela primeira vez no ano.

Gráfico 5 – INPC e IPCA: Variação acumulada em 12 meses do nível de preços – Brasília (DF) – janeiro de 2017 a junho de 2022 – %

Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan

A análise por quartil de renda aponta que as famílias locais de menor renda, diferentemente do trimestre anterior, vivenciaram uma inflação menor no período (+0,76%) comparativamente às outras faixas de renda. De forma geral, a inflação foi maior para faixas maiores de renda.

Gráfico 6 – IPCA por faixa de renda: Variação trimestral do nível de preços – Brasília (DF) – 2º trimestre de 2021 – %

Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan

Desempenho do mercado de trabalho do Distrito Federal

Os principais indicadores do mercado de trabalho do Distrito Federal mostraram um cenário aquecido no segundo trimestre de 2022. A Pesquisa de Emprego e Desemprego no Distrito Federal (PED/DF) calculou uma taxa de desocupação de 15,6%, o que representa uma redução de 3,1 p.p. em relação ao mesmo trimestre do ano anterior e o menor valor trimestral do indicador desde janeiro de 2016 (15,6%). Simultaneamente, a PED/DF mostrou uma queda real nos rendimentos médios dos trabalhadores dos setores público e privado simultânea a uma expansão da massa de rendimentos.

Gráfico 7 – PED/DF – Taxa de desocupação e de participação (%) – 1º trimestre de 2019 ao 2º trimestre de 2021* – Distrito Federal

Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan
*Não houve divulgação da PED entre setembro de 2019 e março de 2020

Considerações finais

Os indicadores macroeconômicos revelam um cenário interno otimista para a economia, tanto a nível nacional como distrital. Os resultados favoráveis foram suficientes para reverter as expectativas do mercado de forma que essas passassem a apontar crescimento acima do patamar de 1% para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Esse dinamismo se dá mesmo diante de uma situação externa nada favorável e marcada pela redução do ritmo de crescimento econômico mundial; persistente e elevada inflação nos países desenvolvidos; manutenção das hostilidades entre Rússia e Ucrânia; e a adoção de política de Covid zero na China.

A forma como esses parâmetros estão evoluindo sugere boas perspectivas para a atividade econômica da capital federal, que deve responder aos estímulos apresentando crescimento dos setores produtivos locais. Ainda que o momento esteja permeado por incertezas que dificultam o exercício preditivo, as perspectivas apontam na direção do avanço do Idecon. Assim, avalia-se que, em 2022, a economia distrital acumule expansão de 3,86%, um movimento que deve ser liderado pelo setor de Serviços, e os preços devem acumular uma inflação de 5,83% ao final de 2022.