PED: Taxa de desemprego no Distrito Federal é de 21,6% em junho

Resumo

  • A taxa de desemprego do Distrito Federal chegou a 21,6% em junho de 2020.
  • A contínua queda na taxa de participação tem contribuído para frear a alta na taxa de desemprego.
  • O desemprego entre os jovens de 16 a 24 anos chegou a 48,5% em junho de 2020.
  • O rendimento real médio dos assalariados cresceu 5,6% entre maio de 2019 e maio de 2020.

Gráfico 1 – Evolução da taxa de desemprego e da taxa de participação – Percentual (%) – Distrito Federal – Junho de 2015 a junho de 2020

Fonte: PED-DF / Convênio: CODEPLAN e DIEESE. Elaboração: GECON/DIEPS/CODEPLAN.

A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) mostrou que a taxa de desemprego do Distrito Federal (DF) cresceu pelo terceiro mês consecutivo, e atingiu 21,6% no mês de junho. A contínua contração do mercado de trabalho local, mostra que os efeitos da pandemia podem perdurar, uma vez que ele tende a demorar a responder aos estímulos dados pela liberação de funcionamento dos estabelecimentos comerciais.

Gráfico 2 – Evolução da taxa de desemprego e da taxa de participação – Percentual (%) – Distrito Federal – Abril de 2020 a junho de 2020

Fonte: PED-DF / Convênio: CODEPLAN e DIEESE. Elaboração: GECON/DIEPS/CODEPLAN.

Os dados também mostram uma queda paulatina da Taxa de Participação. Desde abril até junho de 2020, esse indicador já sofreu uma redução de 3,9 pontos percentuais (p.p.), demonstrando que uma parcela cada vez maior da população em idade de trabalhar está ficando fora da força de trabalho. Isso fica mais evidente quando se verifica que, em junho (967 mil pessoas), o contingente de Inativos cresceu 5,2% em relação a maio de 2020 (919 mil pessoas) e 20,9% em relação a junho de 2019 (800 mil pessoas).

Importante mencionar que, como os Inativos não estão procurando emprego, esse grupo não é considerado desempregado e, consequentemente, não engrossam as estatísticas negativas do mercado de trabalho. É factível pensar que parte dessas pessoas podem estar optando por não buscar uma ocupação, entre outros fatores, por conta do receio de se contaminar ou por acreditar que são poucas as oportunidades disponíveis na atual conjuntura.

Outro ponto que merece atenção é o fato de o desemprego atingir mais fortemente os jovens. Das pessoas com idade entre 16 e 24 anos que estão procurando por uma vaga de emprego no Distrito Federal, 48,5% não conseguem ingressar no mercado de trabalho local. Esse quadro tende, no entanto, a ser revertido se houver incentivos trabalhistas à contratação dos jovens no pós-pandemia como uma forma de incentivar o primeiro emprego¹ associados à retomada do crescimento da economia do país.

Gráfico 3 – Taxa de desemprego por faixa etária – Percentual (%) – Distrito Federal – Junho de 2020

Fonte: PED-DF / Convênio: CODEPLAN e DIEESE. Elaboração: GECON/DIEPS/CODEPLAN.

Por fim, ao avaliar a distribuição dos ocupados nos setores produtivos da economia, verifica-se que a maior parte da população (73,8%) está ocupada em atividades de Serviços, o mesmo segmento que percebeu a maior contração absoluta (- 92 mil pessoas) entre junho de 2019 e junho de 2020. Em termos percentuais, a Construção destacou-se com uma diminuição de 27,7%, saindo de 65 mil empregados em junho de 2019 para 47 mil em junho de 2020.

Tabela 1 – Estimativa do número de ocupados, segundo setores de atividade – Distrito Federal – Junho de 2019 e junho de 2020 – Mil pessoas

Fonte: PED-DF / Convênio: CODEPLAN e DIEESE. Elaboração: GECON/DIEPS/CODEPLAN.

O único segmento a apresentar variação positiva foi a Administração Pública, chegando a absorver 181 mil pessoas em junho de 2020, o que representa um crescimento de 11,0% (+18 mil pessoas) em relação aos 163 mil empregados nessa atividade em junho de 2019.

Em termos de rendimento real, a população assalariada recebeu, em média, R$ 4.111,00 em maio de 2020, valor que representa um acréscimo ínfimo de 0,3% em comparação à renda de abril (R$ 4.098,00) e de 5,6% em relação a maio de 2019 (R$ 3.895,00). A categoria com as maiores remunerações continua sendo o Setor Público (R$ 8.559,00), enquanto os Autônomos perceberam uma redução de 26,7% nos seus rendimentos (R$ 1.511,00) entre junho de 2019 e junho de 2020.

Os números da PED mostram o efeito negativo da pandemia sobre o mercado de trabalho do Distrito Federal, evidenciando que os efeitos da reabertura do comércio e a retomada dos serviços ainda não foi percebida por ele. A medida que a economia distrital se recuperar, será possível avaliar se as vagas de trabalho perdidas irão permanecer fechadas ou se haverá uma melhora desses indicadores com uma redução do desemprego local.

Tabela 2 – Estimativas consolidadas da Pesquisa de Emprego e Desemprego do Distrito Federal – Junho de 2019 e junho de 2020

Fonte: PED-DF / Convênio: CODEPLAN e DIEESE. Elaboração: GECON/DIEPS/CODEPLAN.


¹ A Medida Provisória nº 905/2020, editada pelo governo federal e que criou o Programa Verde e Amarelo, que visava facilitar a contratação de jovens de 18 a 20 anos e perdeu validade antes de ser aprovada pelo Congresso é um exemplo de como esse incentivo pode ser efetivado.