CAGED: Em junho, Distrito Federal fecha 2.547 postos de emprego formal

Resumo

  • O Distrito Federal fechou 2.547 vagas formais de emprego em junho de 2020.
  • A capital do país encontra-se em 5º lugar no ranking de Unidades da Federação (UF) com maior fechamento de vagas formais de emprego no mês de junho.
  • Em junho, o setor mais afetado foi o de Serviços, que fechou 44.891 postos de trabalho no Brasil, sendo 3.000 postos apenas na capital.
  • No ano, os desligamentos superam as admissões em
    -25.835 vagas de emprego no mercado de trabalho distrital
    . No Brasil, o saldo negativo é de quase -1,20 milhão de vagas.
  • Ainda assim, o saldo de junho é o menos negativo no Distrito Federal e no Brasil desde fevereiro.

O número de desligamentos continuou a superar as admissões realizadas no Distrito Federal em junho de 2020 em 2.547 postos de trabalho. Esse dado, divulgado pela Secretaria do Trabalho do Ministério da Economia, mostra o quarto mês consecutivo de resultado negativo e ilustra os impactos prejudiciais da pandemia do novo coronavírus sobre o mercado de trabalho local. É importante destacar, porém, que o resultado é o menos negativo desde fevereiro, antes do início das medidas de distanciamento social, apontando indícios de desaceleração do processo de desligamentos.

Gráfico 1 – Evolução das admissões (+1), desligamentos (-1) e do saldo de empregos – Distrito Federal – Janeiro a junho de 2020 – Número de vagas

Fonte: CAGED/Ministério da Economia. Elaboração: GECON/DIEPS/Codeplan.

Devido às restrições impostas ao funcionamento dos estabelecimentos comerciais e à circulação de pessoas, houve redução do ritmo de atividade da economia distrital e, com isso, muitos estabelecimentos fecharam, dispensando funcionários. Mesmo o mês de junho tendo sido marcado pela reabertura comercial do Distrito Federal e de diversos estados, embora de forma ainda restrita, os efeitos da liberalização das atividades comerciais só deve produzir efeitos sobre o mercado de trabalho nos próximos meses.

Esse comportamento se reflete no Gráfico 2. A capital do país encontra-se em 5º lugar no ranking de Unidades da Federação (UF) com maior fechamento de vagas formais de emprego no mês de junho. Rio de Janeiro (-16.801 postos), São Paulo (-13.299 postos), Rio Grande do Sul (-4.851 postos) e Pernambuco (-3.264 postos) são os estados que tiveram maiores perdas no mercado de trabalho. No Brasil, foram fechadas 10.984 vagas, com 17 estados apresentando saldos positivos no mês (em maio, esses valores foram de 331.901 e apenas um, respectivamente).

Gráfico 2 – Comparativo do saldo do mercado de trabalho – Distrito Federal e estados brasileiros – Junho de 2020 – Número de vagas

Fonte: CAGED/Ministério da Economia. Elaboração: GECON/DIEPS/Codeplan.

O setor que apresenta o maior saldo negativo no Distrito Federal continua sendo o de Serviços (-3.000 vagas), estimulado pelas perdas de postos de trabalho das atividades de Atividades administrativas e serviços complementares (-1.901 vagas), Alojamento e alimentação (-1.068 vagas) e Educação (-597 vagas). Percebe-se que esses segmentos produtivos guardam uma importante característica comum, tendo as suas atividades suspensas ou sujeitas a regras de funcionamento mais prolongadas que os demais.

Um alento é o Comércio, que apresentou saldo de -89 vagas em junho após um resultado de -1.655 empregos em maio. A Saúde humana e serviços sociais (1.222 vagas), bastante demandada em função da crise de saúde pública, e a Construção (502 vagas), importante motor da economia local, encabeçam os destaques positivos do mês.

Tabela 1 – Saldo das admissões (+1) e desligamentos (-1) formais, por setor de atividade econômica – Brasil e Distrito Federal – Junho de 2020

Fonte: CAGED/Ministério da Economia. Elaboração: GECON/DIEPS/Codeplan.

Acumulado no ano

Considerando o período entre janeiro e junho de 2020, o saldo entre as admissões (+1) e os desligamentos (-1) mostra o fechamento de -25.835 vagas de emprego no ano corrente. Essa situação é preocupante pelo fato de que aquelas pessoas que não conseguem se recolocar no mercado de emprego sofrem uma redução significativa de seu poder de compra e, em consequência disso, diminuem o seu consumo. Por sua vez, a menor demanda compromete o processo de recuperação econômica e gera problemas sociais. No país, no primeiro semestre 2020, já foram extintos quase de 1,20 milhão de postos de trabalho formais.