IPCA-INPC: Preços avançam 1,03% no DF em novembro

1 -Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA

Como pode ser observado no Gráfico 1, o Distrito Federal registrou inflação de 1,03% em novembro de 2022 de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a segunda variação positiva após três meses consecutivos de variações negativas do índice na capital federal. De acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o resultado é o maior entre as 16 regiões pesquisadas. Considerando os últimos 12 meses, a variação distrital acumula alta de 6,22% e a nacional, 5,90%.

 Gráfico 1 – IPCA – Variação mensal e acumulada em 12 meses (%) – Brasil e Regiões Pesquisadas – novembro de 2022

Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan

Como pode ser observado no Gráfico 2 e na Tabela 1, as maiores contribuições positivas ficaram a cargo dos grupos de Habitação (+4,19% e +0,55 p.p.) e Transportes (+1,20% e +0,27 p.p.), refletindo, sobretudo, as altas nos Combustíveis (+2,9 % e +0,21 p.p.) e na Energia elétrica residencial (+19,55% e +0,48 p.p.). Os grupos que apresentaram deflação no mês foram Artigos de Residência (-0,96% e -0,04 p.p.), Educação (-0,08% e -0,01 p.p.) e Despesas pessoais (-0,01% e -0,00 p.p.). A nível de subitens, destacaram-se pela contribuição negativa as passagens aéreas (-7,11% e -0,11 p.p.) e os perfumes (-6,69% e -0,05p.p.).

Gráfico 2 – IPCA – Variação mensal (%) e contribuição (p.p.), por grupo – Brasília – novembro de 2022

Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan

Tabela 1 – IPCA – 10 maiores contribuições positivas (azul) e negativas (laranja) e suas respectivas variações mensais, por subitem – Distrito Federal – novembro de 2022

Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan

2 – Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC)

Como pode ser observado no Gráfico 3, a inflação incidente sobre as famílias com rendimentos entre um e cinco salários-mínimos, mensurada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), registrou uma variação positiva de 1,20% em novembro de 2022, valor acima do registrado pelo IPCA (1,03%) no mês de referência. Entre as regiões pesquisadas pelo IBGE, o INPC do Distrito Federal, bem como no IPCA, foi o maior, ficando acima da média nacional para o período (0,38%), revelando uma forte tendência inflacionária na capital. No acumulado em 12 meses, a inflação desse indicador foi de +5,58% na capital federal e de +5,97% para a média nacional.

Gráfico 3 – INPC – Variação mensal (%) – Brasil e Regiões Pesquisadas – novembro de 2022

Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan

Pode-se perceber no Gráfico 4 e na Tabela 2 que assim como no IPCA, os grupos de Habitação e Transportes se destacaram como as maiores contribuições positivas para o INPC do mês, adicionando 0,55 p.p. e 0,27 p.p. ao índice geral, respectivamente. Os grupos que apresentaram deflação e, portanto, as menores contribuições para o índice, foram Saúde e cuidados pessoais (-0,05 p.p.) e Artigos de residência (-0,04 p.p.). Esse resultado revela que as famílias de renda mais baixa experimentaram uma inflação mais alta em comparação com o restante da população. Acerca dessa diferença, ressalta-se novamente que em novembro, a maior inflação ficou a cargo da energia elétrica residencial (+19,36%), item que possui peso maior na cesta das famílias de renda mais baixa. Além disso, passagem aérea, item que poderia amenizar o aumento de preços do mês devido sua relevante deflação (-7,11%), possui pouca participação no orçamento desse estrato da população.

Gráfico 4 – INPC – Variação mensal (%) e contribuição (p.p.), por grupo – Distrito Federal – novembro de 2022

Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan

Tabela 2 – INPC – 10 maiores contribuições positivas (azul) e negativas (laranja) e suas respectivas variações mensais, por subitem – Distrito Federal – novembro de 2022

Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan

3- IPCA por faixa de renda

Pode-se perceber no Gráfico 5 que diante dessa dinâmica, os diferentes estratos sociais da população do Distrito Federal perceberam de forma mais ou menos intensa a inflação do período. O indicador calculado pelo IPEDF mostra que as famílias da faixa de renda alta verificaram um acréscimo de 1,07% no custo da sua cesta de consumo, enquanto as de renda baixa enfrentaram uma inflação de 1,56%. Já as famílias de rendas média-alta e média-baixa observaram expansões de 1,30% e 1,35% no custo de suas cestas, respectivamente. Isso se deve aos diferentes pesos que os itens têm nas cestas de consumo das famílias de cada faixa de renda. Em novembro, por exemplo, energia elétrica residencial, item que pesa mais no orçamento de famílias mais pobres, apresentou a maior alta dentre todos os itens pesquisados pelo IBGE (+19,9%). Ou ainda, passagem aérea, que tem uma participação maior na cesta das famílias de renda alta, foi um dos subitens com maior deflação (-7,11%).

Gráfico 5 – IPCA por faixa de renda – Variação mensal (%) – Distrito Federal – novembro de 2022

Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan

4- Considerações Finais

  • Inflação de novembro de 2022
    • IPCA do DF registra inflação de 1,03% em novembro, a maior inflação entre as regiões pesquisadas pelo IBGE. O resultado nacional foi de 0,41%. No acumulado em 12 meses, apresenta a quinta maior inflação, com variação de +6,22%;
    • INPC apresenta variação de 1,20%, sendo a maior inflação no mês. No acumulado em 12 meses (+5,58%), aparece como a quarta menor inflação;
    • A alta do IPCA no mês veio predominantemente dos grupos de Energia elétrica residencial ( +0,48 p.p.).
    • A maior redução nos preços se deu no grupo de Transporte Público (-0,11 p.p.).
    • O índice de difusão subiu para 55,1%, mostrando que a deflação esteve centrada em itens específicos do consumo das famílias do DF.
    • Entre as faixas de renda, a faixa Baixa apresentou inflação de 1,56% no mês, a Média-baixa alta de 1,35%, a Média-alta de 1,30% e a Alta renda teve alta de 1,07%.
  • Para o próximo mês
    • Indefinições no cenário político nacional (anúncio da equipe econômica).
    • Reações russas à política de preço máximo do petróleo importado da Rússia imposta por membros do G7.
    • Manifestações contra a política de covid zero na China.