Resumo
- A taxa de desocupação do Distrito Federal encerrou o último trimestre de 2021 em 12,7%, recuando 2,4 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior. Em relação ao mesmo trimestre de 2020, o resultado foi simétrico (-2,4 p.p.).
- A população ocupada no Distrito Federal apresentou aumento de 9,7% em comparação ao mesmo período do ano anterior, representando 135 mil novos postos de trabalho.
- Em relação ao trimestre passado, o crescimento de 4,8% no número de ocupados superou o avanço de 0,6 p.p. na taxa de participação local, ou seja, no número de pessoas economicamente ativas (PEA) no período.
- O rendimento real médio dos trabalhadores locais foi de R$ 4.399 no quarto trimestre de 2021, apresentando contração de 5,1% em relação à igual período do ano anterior.
Gráfico 1 – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral – Taxa de desocupação, com e sem ajuste sazonal – Distrito Federal – 1T2017 a 4T2021
Fonte: PNAD Contínua Trimestral/IBGE. Elaboração: GECON/DIEPS/Codeplan.
Dessazonalização realizada através do método X13-ARIMA-SEATS.
A taxa de desocupação do Distrito Federal com ajuste sazonal encerrou o último trimestre de 2021 em 12,1%, apresentando recuo de 2,4 pontos percentuais (p.p.) em relação ao trimestre anterior. Os dados vêm da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral divulgada pelo IBGE.
A população ocupada no Distrito Federal apresentou aumento de 70 mil pessoas (+4,8%) entre o terceiro e o quarto trimestres de 2021. Esse bom resultado tem sido consistente a partir do segundo semestre de 2020, com crescimento no número de ocupados locais em cinco dos seis trimestres subsequentes, após a intensa contração observada no primeiro semestre daquele ano em função da pandemia do novo coronavírus na capital federal. Dessa forma, quando comparada ao mesmo trimestre de 2020, o número de ocupados no último trimestre de 2021 aponta expansão de 135 mil pessoas.
Essa expansão no número de ocupados locais superou o crescimento vegetativo da população e o avanço da taxa de participação da força de trabalho, ou seja, do número de pessoas efetivamente procurando emprego no período. Essa taxa passou de 68,9% no terceiro trimestre de 2021 para 69,5% no quarto, o segundo maior valor do indicador em toda sua série histórica (iniciada em 2012), atrás apenas do terceiro trimestre de 2013 (quando foi de 69,8%). Esse resultado pode apontar indícios de recuperação da confiança da população em suas perspectivas de conseguir emprego, com mais indivíduos se engajando no mercado de trabalho. Em relação ao mesmo trimestre de 2020, o indicador aponta avanço de 4,3 pontos percentuais.
No que se refere às ocupações dos trabalhadores, houve expansão no número de empregados em relação ao mesmo trimestre do ano anterior em sete das oito posições analisadas. Os trabalhadores por conta própria (+45 mil pessoas) e os empregados sem carteira assinada, tanto no setor privado (+42 mil pessoas) quanto domésticos (+26 mil pessoas), lideraram a criação de vagas no período. Assim, esse resultado aponta uma expansão do número de ocupados advinda primariamente da informalização do mercado de trabalho distrital. Apenas os empregadores tiveram uma redução no seu contingente em relação ao último trimestre de 2020, com 3 mil postos a menos.
Os trabalhadores no setor privado com carteira assinada (+9 mil pessoas), trabalhadores domésticos com carteira assinada (+ 8 mil pessoas), funcionários públicos (+6 mil) e trabalhadores familiares auxiliares (+1 mil pessoas) todos apresentaram resultados positivos entre o quarto trimestre de 2021 e o mesmo trimestre de 2020.
Por fim, o rendimento médio real dos trabalhadores locais foi de R$ 4.399 no último trimestre de 2021, valor que representa um avanço de 2,1% sobre o montante de R$ 4.307 registrado no anterior, porém uma queda de 5,1% em relação ao quarto trimestre de 2020. Esse resultado foi influenciado pelo crescimento da participação de ocupações de maior informalidade no mercado de trabalho da capital federal, historicamente possuidoras de remuneração mais restrita que os demais.
Tabela 1 – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral – Principais resultados – Distrito Federal – 4T2021
Fonte: PNAD Contínua Trimestral/IBGE. Elaboração: GECON/DIEPS/Codeplan.