1 – ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLO – IPCA
No ano de 2020, o IPCA de Brasília acumulou variação de +3,40%, a menor entre as 16 regiões pesquisadas pelo IBGE. O resultado nacional foi de +4,52%. Já no mês de dezembro, o indicador distrital variou +1,12% em relação a novembro, quando havia registrado +0,35%. Foi a quarta menor variação entre as 16 regiões pesquisadas pelo IBGE no período. Já o Brasil apresentou variação de +1,35% no mês em relação ao mês anterior.
Gráfico 1 –IPCA – Variação mensal e acumulada no ano (%) – Brasil e Regiões – Dezembro de 2020
Fonte: IBGE. Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre.
O resultado do ano é fruto principalmente de altas em diversos itens de alimentação, cujos preços foram pressionados pela alta do dólar, que favorece exportações e, por isso, reduz a oferta interna e pressiona os preços praticados no mercado doméstico para cima, especialmente das carnes e grãos. Ao longo de 2020, o grupo de Alimentação e bebidas foi responsável por quase metade do índice geral acumulado no ano, contribuindo com +1,67 pontos percentuais (p.p.) ao resultado. O agregado das Carnes (+14,83%) apresentou uma contribuição de +0,23 p.p., enquanto subitens específicos como o Arroz (+72,14%) e o Óleo de soja (+119,24%) tiveram variações intensas e contribuíram com +0,19 p.p. e +0,14 p.p. no índice geral, respectivamente.
Gráfico 2 – IPCA – Variação acumulada no ano (%) e contribuição (p.p.), por grupo – Brasília – Dezembro de 2020
Fonte: IBGE. Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre.
Os grupos de Habitação e Saúde e cuidados pessoais também ajudam a explicar o resultado acumulado no ano do Distrito Federal, com variações de +3,09% e +2,83% (contribuições de +0,41 p.p. e +0,40 p.p.). No caso do primeiro, houve um aumento de 2,29% nos preços do Aluguel e taxas, em especial da Taxa de água e esgoto (+5,34%), bem como de outros produtos importantes para a vida domiciliar, como a Energia elétrica residencial (+5,50%) e o Gás de botijão (+6,10%). Já o segundo é explicado em grande parte pelo reajuste de +2,54% no Plano de saúde no ano, bem como a alta de 2,58% nos Produtos farmacêuticos.
O único grupo que apresentou deflação em seus preços no ano de 2020 foi o de Vestuário, com leve retração de 0,87% (-0,04 p.p.). Sua importância tímida na cesta de consumo local, quatro vezes menor do que a Alimentação e bebidas, limitou a capacidade do grupo em segurar uma inflação distrital maior no ano.
Tabela 1 – IPCA – 10 maiores (azul) e menores (laranja) contribuições (p.p.) e suas respectivas variações acumuladas no ano (%), por item – Brasília – Dezembro de 2020
Fonte: IBGE. Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre.
Tabela 2 – IPCA – 10 maiores (azul) e menores (laranja) contribuições (p.p.) e suas respectivas variações acumuladas no ano (%), por subitem – Brasília – Dezembro de 2020
Fonte: IBGE. Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre.
2 – ÍNDICE NACIONAL DE PREÇOS AO CONSUMIDOR – INPC
O INPC – índice que mede a inflação das famílias com rendimentos entre um e cinco salários mínimos – registrou alta de 4,22% no ano de 2020, aparecendo novamente como a menor variação no período entre as regiões pesquisadas, abaixo do resultado nacional, de +5,45%. Em dezembro, o resultado distrital foi de +1,21%, sendo a quarta menor variação mensal observada.
Gráfico 3 – INPC – Variação mensal e acumulada no ano (%) – Brasil e Regiões – Dezembro de 2020
Fonte: IBGE. Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre.
O valor superior ao do IPCA no acumulado no ano de 2020 se deveu ao maior peso na cesta do INPC dos grupos de Alimentação e bebidas e Habitação, importantes vetores inflacionário no período, bem como de subitens específicos como Arroz e Gás de botijão dentro desses grupos. De fato, as variações desses segmentos, que haviam sido de +10,78% e +3,09% no IPCA, foram de +11,29% e +3,45% no INPC.
Tabela 3 – INPC – 10 maiores e menores contribuições (p.p.) e respectivas variações acumuladas no ano (%), por item – Brasília – Dezembro de 2020
Fonte: IBGE. Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre.
Tabela 4 – INPC – 10 maiores e menores contribuições (p.p.) e respectivas variações acumuladas no ano (%), por subitem – Brasília – Dezembro de 2020
Fonte: IBGE. Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre.
3 – ÍNDICE CEASA DO DISTRITO FEDERAL
O ICDF de dezembro de 2020 registrou variação negativa (-2,64%), em relação ao mês anterior.
O Setor de Legumes registrou variação negativa, (-11,31%), seguido do Setor de Verduras, (-5,87%). Porém, o do Setor de Frutas, 1,01%, apresentou variação positiva. O aumento da oferta de diversos produtos, como tomate (-23,89%), milho verde (-22,90%), e brócolis (-9,09%), impulsionou a queda do índice. Por outro lado, a redução da produção de batata lisa na região aumentou em 7,11% o valor do produto e a entressafra de diversos produtos também pressionou preços, como o de laranja lima, 78,26%, abacate, 68,55%, e maracujá, 61,33%.
A tendência, em janeiro, é que chuvas seguidas de calor intenso afete a produção de hortaliças e que o período de férias influencie a intensidade da demanda.
4 – CONSIDERAÇÕES GERAIS
Diante dos resultados apurados pelo IBGE para a inflação em Brasília, relativa ao mês de dezembro e ao acumulado no ano de 2020, alguns pontos merecem destaque:
- IPCA registrou inflação mensal de +1,12% em dezembro, e o INPC, +1,21%. Em ambos os indicadores, o resultado ficou abaixo do resultado nacional, apresentando a quarta menor inflação no mês entre as regiões pesquisadas.
- No acumulado do ano de 2020, o IPCA do Distrito Federal foi de +3,40%, enquanto o INPC foi de +4,22%. Os indicadores são os menores entre todas as 16 regiões contempladas na pesquisa, abaixo dos indicadores nacionais de +4,52% e +5,45%.
- As altas nos preços do grupo de Alimentação e bebidas (+10,78%), em especial as Carnes (+14,83%), o Tomate (+51,64%), o Arroz (+72,14%) e o Óleo de soja (+119,24%), foram os principais responsáveis pela inflação observada no ano, juntamente com aumento nos preços de itens de Habitação (+3,09%) e Saúde e cuidados pessoais (+2,83%).
- Apenas o grupo de Vestuário apresentou deflação no acumulado do ano, com variação de -0,87%.
- O IPCA nacional encerrou o ano com variação de +4,52%, entre o centro da meta (+4,00%) e seu limite superior (+5,50%). A mediana das previsões coletadas pelo Boletim FOCUS do dia 8 de janeiro é que a inflação nacional em 2021 seja de +3,34%. No dia 5 de agosto, o Copom decidiu reduzir a taxa Selic para o patamar historicamente baixo de 2,00%, percentual que se manteve até o fim de 2020. As expectativas apontam que, possivelmente, esse valor seja elevado em 2021.