Resumo
- O IPCA-15 registrou alta de 0,70% para o Distrito Federal em setembro de 2020. Para o Brasil, o percentual foi de +0,45%.
- As principais contribuições positivas vieram dos grupos de Transporte (+0,55p.p.) e Alimentação e bebidas (+0,25 p.p.), enquanto as negativas vieram de Saúde e cuidados pessoais (-0,09 p.p.), Vestuário (-0,02 p.p.) e Artigos de residência (-0,02 p.p.).
- Na capital, a Gasolina foi o item com a maior contribuição positiva do período (+0,57 p.p.) e o Plano de Saúde ficou com a maior contribuição negativa (-0,13 p.p.)
- No acumulado no ano, a capital apresentou elevação de 0,83% nos preços praticados e o país, +1,35%.
Gráfico 1 – IPCA-15 – Variação mensal e acumulada no ano (%) – Brasil e regiões pesquisadas – Setembro de 2020
Fonte: IBGE. Elaboração: GECON/DIEPS/CODEPLAN.
A inflação de Brasília (DF), mensurada pelo IPCA-15, registrou alta de 0,70% em setembro de 2020 (Gráfico 1). Esse índice, por possuir período de coleta entre o dia 15 do mês anterior e o dia 15 do mês corrente, pode ser considerado uma prévia do comportamento dos preços que será capturada pelo IPCA, cuja coleta representa a totalidade do mês corrente. A alta foi a segunda maior registrada entre as regiões pesquisadas pelo IBGE, ficando atrás apenas da região metropolitana de Goiânia, cuja variação foi de +1,10% no período. Além disso, o aumento dos preços na capital federal também foi maior que o verificado para o Brasil (+0,45%). Contudo, se considerado o valor acumulado no ano, o Distrito Federal (+0,83%) ainda mantém uma inflação inferior à observada em nível nacional (+1,35%).
A inflação da economia distrital se deve às contribuições positivas feitas ao índice geral, principalmente, pelos grupos Transportes (+0,55 p.p.) e Alimentação e bebidas (+0,25 p.p.) e só não foi mais elevada devido a contração dos preços em itens pertencentes aos grupos de Saúde e cuidados pessoais (-0,09 p.p.), Vestuário (-0,02 p.p.) e Artigos para residência (-0,02 p.p.), conforme apresentado no Gráfico 2.
Gráfico 2 – IPCA-15 – Variação (%) e contribuição (p.p.) por grupo de produtos – Distrito Federal – Setembro de 2020
Fonte: IBGE. Elaboração: GECON/DIEPS/CODEPLAN.
Chama a atenção o fato de Saúde e cuidados pessoais figurar entre os grupos que apresentaram variação negativa no mês, uma vez que ele percebeu alta consecutivas nos meses de maio (+0,63%), junho (+0,42%), julho (+0,27%) e agosto (+0,40%). Essa desaceleração dos preços é consequência da redução dos preços em quatro dos seis subgrupos pesquisados, cujo destaque é conferido a Plano de Saúde (-2,25%) e Produtos óticos (-1,17%).
O detalhamento da oscilação por itens revela que a variação do preço dos Combustíveis (veículos) (+8,66%) no período deve ser a responsável pela grande contribuição dos serviços de transporte para a inflação da capital federal. Sozinho, esse item adicionou +0,58 p.p. ao IPCA-15 de setembro de 2020. A segunda maior contribuição ao índice geral é dada pelos Produtos farmacêuticos, com adição de 0,07 p.p. à inflação geral.
Tabela 1 – IPCA-15 – Maiores contribuições (p.p.) e suas respectivas variações (%), por item – Distrito Federal – Setembro de 2020
Fonte: IBGE. Elaboração: GECON/DIEPS/CODEPLAN.
De acordo com os dados da Tabela 2, é possível verificar que a alta no preço dos combustíveis e, consequentemente, no dos transporte, veio quase que exclusivamente da variação de +9,03% no valor da Gasolina, que contribuiu com 0,57 p.p. para o índice geral de setembro.
Os subitens Tomate e Arroz, importantes na alimentação básica do brasileiro, tiveram contribuições de 0,05 p.p. (+38,21%) e de 0,04 p.p. (+14,84%), respectivamente, principalmente por problemas na oferta desses produtos no mercado local. No caso do tomate, influenciou as condições climáticas desfavoráveis, que prejudicou a produção desse vegetal, enquanto para o arroz tem pesado a desvalorização do Real frente ao Dólar, o que estimula a exportação do produto em detrimento do abastecimento interno.
Tabela 2 – IPCA-15 – Maiores contribuições (p.p.) e suas respectivas variações (%), por subitem – Distrito Federal – Setembro de 2020
Fonte: IBGE. Elaboração: GECON/DIEPS/CODEPLAN.
