Resumo
- A taxa de desocupação do Distrito Federal no segundo trimestre de 2020 ficou em 15,6%, o que representa uma alta de 2,0 pontos percentuais (p.p.) em relação ao trimestre passado e de 1,9 p.p. em relação ao segundo trimestre de 2019.
- A população ocupada no Distrito Federal apresentou queda de 10,8% no segundo trimestre de 2020 em comparação ao mesmo período do ano anterior, representando uma redução de 157 mil pessoas ocupadas.
- Os percentuais poderiam ter sido bem maiores, uma vez que houve aumento de 24,8%, em relação ao mesmo trimestre de 2019, da população em idade de trabalhar que permaneceu fora da força de trabalho.
- O rendimento real médio dos trabalhadores locais foi de R$ 3.798,00 no segundo trimestre de 2020, apresentando redução de -5,1% em relação à igual período do ano anterior.
Gráfico 1 – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral – Taxa de desocupação, com e sem ajuste sazonal – Distrito Federal – 1T2016 a 2T2020
Fonte: PNAD Contínua Trimestral/IBGE. Elaboração: GECON/DIEPS/Codeplan.
Dessazonalização realizada através do método X13-ARIMA-SEATS.
A taxa de desocupação do Distrito Federal ficou em 15,6% no segundo trimestre de 2020, o que representa uma alta de 2,0 pontos percentuais (p.p.) em relação ao trimestre passado. Os dados vêm da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral. O resultado reflete os efeitos negativos das medidas restritivas à circulação de pessoas e a suspensão do funcionamento dos estabelecimentos de comércio e de serviços que foram adotadas a partir da segunda quinzena de março na capital do país.
Com uma menor demanda, muitos trabalhadores foram dispensados apesar da instauração de iniciativas como o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, que permitiu a redução da carga horária dos funcionários com correspondente diminuição do salário. Assim, a população ocupada no Distrito Federal apresentou queda de 10,8% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, passando de 1.451 mil pessoas para 1.294 mil pessoas. Entre abril e junho de 2020, o número de pessoas ocupadas apresentou redução de 154 mil pessoas.
Contudo, é importante mencionar que os percentuais poderiam ter sido bem maiores, uma vez que houve aumento da população em idade de trabalhar que permaneceu fora da força de trabalho. Entre o segundo trimestre de 2020 e o segundo trimestre de 2019, houve uma expansão expressiva de 24,8% nesse indicador. Considerando a variação apenas no último trimestre, esse valor foi de 15,7%. Isso significa que muitas pessoas, diante da atual conjuntura do mercado de trabalho, optaram por não procurar emprego e, consequentemente, não engrossaram a massa de trabalhadores desocupados.
No que se refere às ocupações dos trabalhadores, houve redução no número de empregados em todas as ocupações entre o segundo trimestre de 2020 e o mesmo trimestre do ano anterior. O segmento menos atingido foi o setor privado com carteira assinada, que se manteve próximo à estabilidade no período (variação de -0,4%). Já o número de empregados do setor privado que não possuíam carteira assinada caiu 31,0%. Esse valor representa 44 mil pessoas ocupadas a menos na economia.
Outros destaques negativos foram os trabalhadores por conta própria (variação de -12,7%, ou -36 mil ocupados) e os empregados domésticos, tanto com, quanto sem carteira assinada, cujo número de ocupados caiu em 24,4% e 24,6% (-26 mil ocupados, no total), respectivamente. Mesmo o setor público, historicamente mais estável e palco de um aumento na contratação de profissionais da saúde, não foi exceção à queda na ocupação do trimestre, apresentando retração de -7,3% (-23 mil ocupados).
Por fim, o rendimento médio dos trabalhadores locais foi de R$ 3.798,00 no segundo trimestre de 2020, valor que representa uma redução de -5,7% do montante de R$ 4.026 registrado em igual período do ano anterior e de -11,5% em relação ao primeiro trimestre do ano.
Tabela 1 – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral – Principais resultados – Distrito Federal – 2T2020
Fonte: PNAD Contínua Trimestral/IBGE. Elaboração: GECON/DIEPS/Codeplan.
