IPCA/INPC: Distrito Federal registra inflação de 0,62% em outubro

1 – ÍNDICE NACIONAL DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLO – IPCA

O Distrito Federal registrou inflação de 0,62% em outubro de 2023 medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), conforme apresentado no Gráfico 1. Esse resultado ficou acima da inflação nacional, de 0,24%, e foi a segunda maior entre as 16 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), perdendo apenas para Goiânia (GO). Em setembro, a capital havia registrado a sétima maior inflação (0,29%). No acumulado em 12 meses, apesar da redução de 0,26 ponto percentual (p.p.) entre os meses de setembro de outubro, o DF ainda lidera entre as regiões com uma inflação de 5,87%. O índice nacional registra uma inflação acumulada de 4,82%.

Gráfico 1 – IPCA – Variação mensal e acumulada em 12 meses (%) – Brasil e Regiões Pesquisadas – outubro de 2023

Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan.

No mês de outubro houve a manutenção das duas maiores contribuições para o indicador   nos grupos Transportes (0,90% e 0,21 p.p.[1]) e Habitação (1,22% e 0,16 p.p.). O grupo Alimentação e bebidas (-0,53% e -0,09 p.p.) que vinha apresentando contribuição negativa por dois meses consecutivos, passa a contribuir positivamente com a elevação do índice de preços, com contribuição de 0,09 p.p. e variação de 0,52%. Diferente do mês de setembro, existem apenas contribuições marginais negativas ao índice, sendo elas referentes aos grupos Educação (-0,06% e 0,00 p.p.) e Comunicação (-0,06% e 0,00 p.p.). Os grupos Artigos de residência (0,41% e 0,01 p.p.) e Saúde e cuidados pessoais (0,53% e 0,08 p.p.) que registravam deflação em setembro, passam a sofrer uma variação positiva de preços em outubro (Gráfico 2).

A Tabela 1 mostra que as maiores altas dentre os subitens é de Passagem aérea (22,10% e 0,34 p.p.), em continuidade com o mês anterior, e a Energia elétrica residencial (4,34% e 0,12 p.p.), que sofreu recente reajuste tarifário no Distrito Federal vigente a partir de 22 de outubro, determinado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). É importante ressaltar a mudança na contribuição da gasolina: enquanto em setembro o subitem liderava a contribuição positiva, em outubro passou a ser o de maior contribuição negativa, com variação de -1,72% e contribuição de -0,12p.p. Os demais subitens que apresentaram as maiores contribuições negativas para o índice geral foram o Seguro voluntário de veículo (-2,72% e -0,04 p.p.), seguido por Leite longa vida (-4,83% e -0,02 p.p.).

Gráfico 2 – IPCA – Variação mensal (%) e contribuição (p.p.), por grupo – Brasília – outubro de 2023

Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan

Tabela 1 – IPCA – 10 maiores contribuições positivas (azul) e negativas (laranja) e suas respectivas variações mensais, por subitem – Distrito Federal – outubro de 2023

Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan

2 – ÍNDICE NACIONAL DE PREÇOS AO CONSUMIDOR – INPC

Em outubro, a inflação mensurada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), incidente sobre as famílias com rendimentos entre um e cinco salários mínimos, registrou aumento de 0,45% no DF sendo, como no IPCA, a segunda maior variação entre as regiões pesquisadas pelo IBGE. Esse índice é superior ao índice nacional de 0,12%, conforme observado no Gráfico 3. No acumulado em 12 meses, o INPC registra alta de 4,91% na capital federal e de 4,14% no país.

Gráfico 3 – INPC – Variação mensal (%) – Brasil e Regiões Pesquisadas – outubro de 2023

Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan

O Gráfico 4 e a Tabela 2 apresentam os grupos e os subitens que mais contribuíram para o resultado do INPC de outubro. Diferente do IPCA, as maiores contribuições para o índice geral foram devidas aos grupos Habitação (+1,01% e +0,19 p.p.) e Alimentação e bebidas (+0,68% e +0,14 p.p.), refletindo as diferenças nos pesos atribuídos aos bens nas famílias de renda de até cinco salários mínimos. Ao contrário dos últimos dois meses, o grupo Alimentação e bebidas registrou variação mensal positiva. Apesar da reordenação dos grupos no INPC, o grupo Transportes ainda possui contribuição relevante, de 0,07 p.p. e variação de 0,30%. Como no IPCA, as contribuições negativas foram apenas marginais, com os grupos Educação (-0,04% e 0,00 p.p.) e Comunicação (-0,06% e -0,00 p.p.).

No âmbito dos subitens, aqueles de maior contribuição para o índice mensal foram a Passagem Aérea (+22,10% e +0,21 p.p.), do grupo Transportes e Energia elétrica residencial (+4,16% e +0,18 p.p.), do grupo Habitação. Assim, observa-se que, apesar da maior contribuição da Passagem Aérea, o aumento generalizado de bens de maior relevância pelas famílias de renda até de 5 salários mínimos, trouxe o grupo Habitação como o de maior impacto nos preços. Os três subitens de maior contribuição negativa foram os mesmos que o IPCA: Gasolina (-1,72% e -0,13 p.p.), Seguro voluntário de veículos (-2,72 % e -0,04 p.p.) e Leite longa vida ( -4,83% e -0,03 p.p.). No entanto, no INPC figuram as contribuições negativas de Automóvel Usado (-0,80% e -0,02 p.p.) e Bicicleta (-2,71% e -0,02 p.p.), diferenciando-se do IPCA. 

Gráfico 4 – INPC – Variação mensal (%) e contribuição (p.p.), por grupo – Distrito Federal – outubro de 2023

Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan

Tabela 2 – INPC – 10 maiores contribuições positivas (azul) e negativas (laranja) e suas respectivas variações mensais, por subitem – Distrito Federal – outubro de 2023

Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan

3 – IPCA por faixa de renda

O Gráfico 5 retrata a inflação no mês de outubro para diferentes estratos sociais no que tange a renda. A inflação no mês foi maior para pessoas de renda mais elevada. O cálculo realizado pelo IPEDF aponta que a inflação que incidiu sobre as famílias de renda alta foi de 0,95%, seguido pelas famílias de baixa renda, cuja alta foi de 0,70%. O resultado coincide com o observado nas análises do IPCA e INPC: houve alta tanto de itens cujo peso no orçamento é maior para famílias de alta renda, como passagens aéreas, como de itens com maior peso para famílias de baixa renda, como alimentos e energia elétrica. Já para as famílias de renda média-alta a variação nos preços foi de 0,53%, ao passo que para as famílias de média-baixa foi de 0,58%. Assim, essas variações ajudam a explicar por que a inflação dos grupos de renda alta e renda baixa foram mais intensas do que a do restante da população, uma vez que os itens e grupos destacados possuem um peso maior na cesta de consumo dessas parcelas da população.

Gráfico 5 – IPCA por faixa de renda – Variação mensal (%) – Distrito Federal – outubro de 2023

Fonte: IBGE. Elaboração: CAECO/DIEPS/IPEDF Codeplan

4 –  Índice CEASA do Distrito Federal – ICDF

O ICDF de outubro de 2023 registrou variação positiva de 2,07%, em relação ao mês anterior. O Setor de Legumes variou positivamente em 6,93%, o Setor de Verduras, 20,72%, e o Setor de Ovos e Grãos, 0,26%, já o Setor de Frutas variou negativamente em (-0,22%). Morango, 21,66%, e goiaba, 15,38%, encontram-se em entressafra local, já mamão formosa (-12,37%) e hawai (-7,73%) apresentaram excesso de oferta. Cebola, 38,58%, e batata, 21,90%, aumentaram devido ao excesso de chuvas nas regiões de origem (MG), já a queda da vagem (-13,65%), ocorreu devido ao menor custo de produção com aproveitamento de resíduos de culturas anteriores. As folhosas, como couve-manteiga, 67,39%, alface americana, 42,26% e lisa/crespa, 32,89%, foram afetadas pela incidência das chuvas recentes. Com o aumento das chuvas nos próximos meses, diversos produtos tendem a sofrer influência em seus preços. Tomate e o pimentão, por exemplo, tendem ao aumento de preços em virtude das dificuldades de condução durante o período chuvoso. Batata e cebola, com o fim da safra regional, tendem à apreciação. Porém, mamão tende à queda nos preços em razão da grande oferta da fruta.

5 – Considerações Finais

Inflação de outubro de 2023

  • O DF registrou inflação de 0,62% em outubro medida pela variação mensal do IPCA. Este foi o segundo maior resultado entre as capitais pesquisadas pelo IBGE e ficou acima da inflação nacional, de 0,24%. No acumulado em 12 meses, o DF apresentou a maior inflação das capitais, de 5,87%;
  • INPC em outubro foi de 0,45%, sendo, como no IPCA, a segunda maior inflação entre as capitais. O resultado nacional foi de 0,12%. O acumulado em 12 meses foi de 4,91%, a terceira maior inflação acumulada. O índice acumulado nacional foi de 4,14%;
  • O aumento do IPCA no mês ocorreu predominantemente pelo grupo Transporte (1,21% e 0,28p.p.), puxado principalmente pelo aumento dos preços subitens a Passagem aérea (22,10% e 0,34 p.p.), em continuidade com o mês anterior, e pela Energia elétrica residencial (4,34% e 0,12 p.p.);
  • A incidência da inflação foi maior nas famílias de renda alta (0,95%) seguida pelas famílias de renda baixa (0,70%), pelas famílias de renda média-baixa (0,58%) e, por fim, pelas famílias de renda média-alta (0,53%).

[1] Variação no mês e contribuição para o resultado do índice, respectivamente. Esse padrão se mantém para todos os dados apresentados em tal formato.