IPCA – INPC Brasília: Preços avançam 1,40% no DF em agosto

1 – ÍNDICE NACIONAL DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLO – IPCA

O Distrito Federal registrou inflação de 1,40% em agosto de 2021, maior resultado para um mês de agosto desde o ano de 2000 (1,89%). Em comparação com as 16 regiões pesquisadas pelo IBGE, esse resultado representou a maior variação mensal observada no período. A média nacional foi de 0,87%. Em 12 meses, a inflação acumulada entre setembro de 2020 e agosto de 2021 observou alta de 8,61%, valor que supera o limite superior da meta de inflação do ano (5,25%), mas que está abaixo da variação de preços do Brasil (9,68%).

Gráfico 1 – IPCA – Variação mensal e acumulada em 12 meses (%) – Brasil e Regiões Pesquisadas – agosto de 2021

 Fonte: IBGE. Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre

O grupo dos Transportes foi o principal responsável pelo resultado de agosto, contribuindo com 0,79 ponto percentual (p.p.) para o índice geral – mais da metade do resultado do mês. O principal vetor inflacionário desse grupo foi a Gasolina, cuja variação de +7,76% em seus preços levaram a uma contribuição de 0,67 p.p. apenas desse produto. A alta reflete os reajustes feitos pela Petrobras no preço das refinarias em função da valorização do barril do petróleo e da desvalorização do Real frente ao Dólar. O aumento do preço do Etanol também favoreceu esse cenário, uma vez que a variação positiva de 7,09%, em agosto, na capital federal pressionou o custo do combustível por entrar na mistura da gasolina. Além disso, houve um aumento de 1,35% nos preços de itens de Veículo próprio (+0,15 p.p.), superando a retração de 8,65% da Passagem aérea (-0,05 p.p.).

Os grupos de Alimentação e bebidas (+0,21 p.p.) e Habitação (+0,17 p.p.) também apresentaram altas em agosto. No caso do primeiro, a maior contribuição foi observada entre as Frutas (+0,06 p.p.), enquanto no segundo o aumento foi provocado pelas altas na Energia elétrica residencial (+0,10 p.p.), em função da crise hídrica enfrentada por todo o Brasil, e reajustes no Aluguel residencial (+0,05 p.p.).

Já os grupos de Despesas pessoais (+0,11 p.p.), Vestuário (+0,06 p.p.), Artigos de residência (+0,04 p.p.), Comunicação (+0,02 p.p.) e Educação (+0,01 p.p.) tiveram contribuições também positivas, porém mais amenas no mês de agosto. Apenas a Saúde e cuidados pessoais apontou deflação no período, e mesmo assim de forma pouco intensa (contribuição de -0,01 p.p.). Dessa forma, dos nove grupos pesquisados pelo IBGE, oito apresentaram altas em seus preços.  

Gráfico 2 – IPCA – Variação mensal (%) e contribuição (p.p.), por grupo – Brasília – agosto de 2021

Fonte: IBGE/ Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre

Tabela 1 – IPCA – 10 maiores contribuições positivas (azul) e negativas (laranja) e suas respectivas variações mensais, por subitem – Distrito Federal – agosto de 2021

Fonte: IBGE/ Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre

2 – ÍNDICE NACIONAL DE PREÇOS AO CONSUMIDOR – INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que calcula a inflação incidente sobre as famílias com rendimentos entre um e cinco salários mínimos, observou variação positiva de 1,60% em agosto de 2021, acima do valor registrado pelo IPCA (1,40%) no período. O índice foi, novamente, o maior entre as regiões pesquisadas, ficando acima da média nacional para o período (+0,88%). No acumulado em 12 meses, a inflação excede o limite superior da meta de inflação tanto na capital federal (9,75%) quanto na média nacional (10,42%).

Gráfico 3 – INPC – Variação mensal e acumulada em 12 meses (%) – Brasil e Regiões Pesquisadas – junho de 2021

Fonte: IBGE/ Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre

As contribuições dos grupos para o resultado mensal seguem o mesmo padrão observado no IPCA, com a ressalva que os grupos de Habitação e Alimentação e bebidas possuem um peso mais alto na cesta do INPC, explicando o maior resultado desse índice. Assim, a inflação do período veio principalmente dos Transportes (+0,81 p.p.), seguido de Habitação (+0,28 p.p.) e Alimentação e bebidas (+0,27 p.p.). As Despesas pessoais (+0,08 p.p.), Vestuário (+0,07 p.p.), Artigos de residência (+0,05 p.p.), Comunicação (+0,03 p.p.) e Educação (+0,01 p.p.) apresentaram altas menos intensas. Por outro lado, a Saúde e cuidados pessoais se manteve estável, com contribuição nula.

Gráfico 4 – INPC – Variação mensal (%) e contribuição (p.p.), por grupo – Brasília – agosto de 2021

Fonte: IBGE/ Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre

Tabela 2 – INPC – 10 maiores contribuições positivas (azul) e negativas (laranja) e suas respectivas variações mensais, por item – Distrito Federal – agosto de 2021

Fonte: IBGE/ Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre

3 – IPCA POR FAIXA DE RENDA DO DISTRITO FEDERAL

Detalhando o impacto da inflação sobre as diferentes faixas de renda das famílias do Distrito Federal, verifica-se que os 25% mais pobres da capital perceberam um incremento de preços de 1,33% na sua cesta de bens e serviços em agosto de 2021. Os 25% mais ricos, por sua vez, observaram uma inflação de 1,28%, enquanto os quartis intermediários ambos apontaram alta de 1,46% em seus preços. Esse comportamento é explicado pela estrutura da inflação no período, uma vez que a Gasolina possui peso maior nessas faixas de renda intermediárias, uma vez que as famílias de menor renda utilizam menos veículos próprios e as famílias mais ricas gastam uma porcentagem menor de sua renda com combustível.

Gráfico 5 – IPCA por faixa de renda – Variação mensal (%) – Distrito Federal – agosto de 2021


Fonte: GECON/DIEPS/CODEPLAN com dados do IBGE.

4 –  ÍNDICE CEASA DO DISTRITO FEDERAL

O ICDF de agosto de 2021 registrou variação negativa, (-1,69%), em relação ao mês anterior. O Setor de Frutas registrou depreciação de (-5,23%), porém, os demais registraram variação positiva, Legumes, 6,73%, Verduras, 1,15%, e Ovos e Grãos, 3,53%. Frutas como morango, (-10,57%), manga palmer, (-22,26%) e uva Niágara, (-19,42%), em época de forte oferta, contribuíram para queda do setor. Batata lisa, 66,21%, influenciada pela demanda de regiões atingidas por geadas, maxixe, 57,07%, e pepino, 42,93%, sofreram influência do inverno. Ovos vermelhos, 6,77%, e brancos, 4,82%. O fim do período de inverno e a volta de temperaturas mais elevadas e incidência de chuvas previstas para os próximos tende a influenciar o próximo período. Os preços de olerícolas como as folhagens e o tomate tendem a ser pressionados pelo aumento da demanda e redução da oferta na região. Em acréscimo, períodos mais quentes tendem a influenciar na demanda de frutas.

5 –  CONSIDERAÇÕES FINAIS

  • IPCA do DF registra inflação de +1,40% em agosto, maior resultado entre as regiões pesquisadas pelo IBGE. O resultado nacional foi de +0,87%. No acumulado em 12 meses, ainda apresenta a terceira menor inflação.
  • INPC apresenta variação de +1,60%, sendo também a maior variação no mês. No acumulado em 12 meses, por outro lado, aparece como a quinta menor variação.
  • A alta veio principalmente dos grupos de Transportes (+0,79 p.p.), fruto as altas de 7,76% na Gasolina e 1,35% em itens de Veículo próprio. Os grupos Alimentação e bebidas (+0,21 p.p.) e de Habitação (+0,17 p.p.) também contribuíram com o resultado do mês;
  • O índice de difusão no mês foi de 66,2%, com oito dos nove grupos de produtos monitorados pelo IBGE apresentando inflação em agosto.
  • Entre as faixas de renda, a faixa Baixa apresentou uma inflação de 1,33% no mês, as Média-baixa e Média-alta de 1,46%, e a Alta de 1,28%.

Para os próximos meses

  • Adicional da bandeira tarifária vermelha patamar 2 pode sofrer novo reajuste em setembro.