CAGED: Em agosto, Distrito Federal gera 3.421 postos de trabalho formal

Resumo

  • O Distrito Federal criou 3.421 vagas formais de emprego em agosto de 2020.
  • O resultado de agosto representa o segundo saldo positivo consecutivo desde fevereiro, tanto para o Distrito Federal quanto para o Brasil.
  • Apesar das admissões superarem os desligamentos, a capital do país encontra-se em 9º lugar no ranking de Unidades da Federação (UF) com menor saldo de vagas formais de emprego no mês de agosto.
  • Em agosto, todos os grandes setores econômicos registraram saldos positivos em seu número de postos de trabalho.
  • No ano, os desligamentos superam as admissões em -21.465 vagas de emprego no mercado de trabalho distrital. No Brasil, o saldo negativo é de -849 mil vagas.

Em agosto de 2020, o número de desligamentos ficou abaixo das admissões realizadas no Distrito Federal pela segunda vez consecutiva desde fevereiro. O saldo do mês foi uma geração de 3.421 postos de trabalho formal. Esse dado, divulgado pela Secretaria do Trabalho do Ministério da Economia, pode sinalizar a manutenção do movimento gradual recuperação do mercado de trabalho local após quatro meses de saldos negativos, decorrente da reabertura econômica na região.

Gráfico 1 – Evolução das admissões (+1), desligamentos (-1) e do saldo de empregos – Distrito Federal – janeiro a agosto de 2020 – número de vagas

Fonte: CAGED/Ministério da Economia. Elaboração: GECON/DIEPS/Codeplan.

O mês de agosto foi o segundo a vivenciar a reabertura integral do comércio e serviços locais, com o fechamento econômico sendo limitado a atividades pontuais, como cinemas e aulas presenciais. Ainda assim, as demais atividades comerciais operam com diversas restrições e a população não recuperou plenamente a confiança e a renda necessárias para retomar seus antigos padrões de consumo e, consequentemente, os estabelecimentos contratarem mais empregados. Os efeitos da pandemia sobre o mercado de trabalho do DF, portanto, ainda devem ser visíveis ao longo de todo o ano.

Esse período de reabertura comercial se traduziu em resultado positivo no mês e é observado também nos estados brasileiros (Gráfico 2). Todas as Unidades da Federação (UFs) apresentaram saldo positivo de postos de trabalho em agosto, resultado esse superior ao de julho, quando três UFs haviam apresentado saldo negativo.

A capital do país apresenta a criação de 3.142 empregos formais, se encontrando no 9º lugar no ranking de UFs com menor saldo vagas formais de emprego no mês. Os maiores saldos foram os de São Paulo (64.552 postos), Minas Gerais (28.339) e Santa Catarina (18.375), enquanto o menor saldo foi observado no Sergipe (368 postos). No Brasil, foram criadas 249.388 vagas.

Gráfico 2 – Comparativo do saldo do mercado de trabalho – Distrito Federal e estados brasileiros – agosto de 2020 – número de vagas

Fonte: CAGED/Ministério da Economia. Elaboração: GECON/DIEPS/Codeplan.

O resultado positivo no saldo de postos de trabalho no mês é corroborado pela análise setorial da economia local (Tabela 1). Todos os grandes setores apresentaram saldos positivos, inclusive  Serviços, bastante afetados pela pandemia, que criaram 1.927 vagas de trabalho no mês. Apesar do início de recuperação deste setor, atividades específicas, como os serviços de Transporte, armazenagem e correio (-481 postos) e de Alojamento e alimentação (-97 postos), seguem apresentando volume de desligamentos acima de novas admissões, embora menos intensos que no mês anterior.

Os destaques positivos são Comércio, que apresentou criação líquida de postos de trabalho em agosto pelo segundo mês consecutivo (816 vagas), e Saúde humana e serviços sociais, cuja grande demanda é, em parte, devida à crise de saúde pública e que continua sendo o maior vetor de novas vagas (1.178 postos). Finalmente, a Construção, importante motor da economia local, criou 1.062 postos de trabalho em agosto.

Finalmente, o resultado de agosto é o segundo positivo consecutivo desde fevereiro tanto para o Distrito Federal quanto para o Brasil, apontando indícios de recuperação do mercado formal de trabalho.

Acumulado do ano

Considerando o período entre janeiro e agosto de 2020, o saldo entre as admissões (+1) e os desligamentos (-1) mostra o fechamento de -21.465 vagas de emprego no ano corrente. Essa situação é preocupante pelo fato de que aquelas pessoas que não conseguem se recolocar no mercado de emprego sofrem uma redução significativa de seu poder de compra e, consequentemente, diminuem o seu consumo. Por sua vez, a menor demanda compromete o processo de recuperação econômica e gera problemas sociais. No país, no acumulado até agosto de 2020, foram extintos 849 mil postos de trabalho formais.

Tabela 1 – Saldo das admissões (+1) e desligamentos (-1) formais, por setor de atividade econômica – Brasil e Distrito Federal – agosto de 2020

Fonte: CAGED/Ministério da Economia. Elaboração: GECON/DIEPS/Codeplan.