IPCA/INPC: IPCA do DF registra alta de 0,26% nos preços dos bens e serviços em setembro

1 – ÍNDICE NACIONAL DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLO – IPCA

Em setembro de 2024, os preços no Distrito Federal aumentaram 0,26% em relação a agosto, de acordo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) (Gráfico 1). Esse resultado indica uma aceleração em comparação ao mês anterior, com a inflação concentrada principalmente nos grupos Habitação e Alimentação e Bebidas, parcialmente compensada pela deflação no grupo Transportes.

Entre as 16 capitais analisadas na pesquisa, o Distrito Federal registrou a quarta menor variação mensal. Nos últimos 12 meses, encerrados em setembro, o IPCA no DF acumula alta de 4,50%, superando o índice nacional, de 4,42%. Em termos de inflação acumulada no período, o DF ocupou a sexta posição entre as unidades federativas.

Gráfico 1 – IPCA – Variação mensal e acumulada em 12 meses (%) – Brasil e Regiões Pesquisadas – setembro de 2024

Fonte: IBGE. Elaboração: IPEDF Codeplan

Cinco dos nove grupos avaliados registraram aumento de preços em setembro (Gráfico 2). O principal impacto veio do grupo Habitação, que acrescentou 0,24 ponto percentual (p.p.) ao índice geral, seguido pelos grupos Alimentação e bebidas (0,10 p.p.), Saúde e cuidados pessoais (0,06 p.p.), Despesas pessoais (0,04 p.p.) e Vestuário (0,01 p.p.). Esses aumentos foram parcialmente compensados pela queda nos preços do grupo Transportes, que reduziu 0,14 p.p. do índice mensal, ajudando a desacelerar o indicador. Os grupos Artigos de residência (-0,02 p.p.) e Comunicação (-0,01 p.p.) também apresentaram deflação. Já os preços do grupo Educação  mantiveram-se estáveis (0,00 p.p.) no período.

Gráfico 2 – IPCA – Variação mensal (%) e contribuição (p.p.), por grupo – Brasília – setembro de 2024

Fonte: IBGE. Elaboração: IPEDF Codeplan

Ao analisar os itens do IPCA (Tabela 1), observa-se que a maior contribuição positiva veio da energia elétrica residencial, com 0,18 p.p. para o índice. Em setembro, também se destacaram as altas nos preços dos planos de saúde, aluguel e taxas, frutas e bebidas, cada um contribuindo com 0,03 p.p.

Por outro lado, entre as variações negativas, o item combustíveis teve o maior impacto, com uma deflação de 0,71%, reduzindo 0,05 p.p. do índice. Outros itens do grupo Transportes também registraram deflação no período, com destaque para transporte Público e veículo Próprio.

Tabela 1 – IPCA – 10 maiores contribuições positivas (azul) e negativas (laranja) e suas respectivas variações mensais, por item – Distrito Federal – setembro de 2024

Fonte: IBGE. Elaboração: IPEDF Codeplan

Em relação aos subitens, que estão registrados na Tabela 2, Energia elétrica residencial foi a maior contribuição individual positiva para o índice, devido à mudança na bandeira tarifária no período. Já os itens Gasolina e Seguro voluntário de veículo foram os subitens de maior contribuição negativa, retirando 0,05 p.p. do índice geral.

Tabela 2 – IPCA – 10 maiores contribuições positivas (azul) e negativas (laranja) e suas respectivas variações mensais, por subitem – Distrito Federal – setembro de 2024

Fonte: IBGE. Elaboração: IPEDF Codeplan

2 – ÍNDICE NACIONAL DE PREÇOS AO CONSUMIDOR – INPC

Em setembro, os preços dos bens e serviços medidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) no Distrito Federal aumentaram 0,41% em relação a agosto, abaixo do índice nacional, que registrou alta de 0,48% no mês (Gráfico 3). Esse resultado indica que a inflação foi mais intensa para os grupos de renda de um a cinco salários mínimos, em comparação com a capturada pelo IPCA. Nos últimos 12 meses, o INPC acumulou uma alta de 4,15% na capital federal, a sexta maior entre as capitais analisadas, ficando acima da média nacional de 4,09%.

Gráfico 3 – INPC – Variação mensal (%) – Brasil e Regiões Pesquisadas – setembro de 2024

Fonte: IBGE. Elaboração: IPEDF Codeplan

O Gráfico 4 destaca os grupos que mais influenciaram o resultado do INPC em setembro. Assim como no IPCA, os grupos Habitação e Alimentação e bebidas tiveram os maiores impactos positivos, com contribuições de 0,38 p.p. e 0,15 p.p., respectivamente. A inflação não foi ainda maior devido à queda nos preços do grupo Transportes, que reduziu 0,12 p.p. do índice geral.

Gráfico 4 – INPC – Variação mensal (%) e contribuição (p.p.), por grupo – Distrito Federal – setembro de 2024

Fonte: IBGE. Elaboração: IPEDF Codeplan

Ao realizar uma análise combinada dos itens e subitens deste mês (Tabelas 3 e 4), observa-se que a energia elétrica residencial e aluguel e taxas, especialmente o subitem aluguel residencial, foram as principais contribuições para a inflação mensal. Além disso, houve aumentos significativos em subitens relevantes para a cesta de consumo das famílias de baixa renda, como frango, gás de botijão e café.

Assim como observado no IPCA, as principais contribuições negativas para o INPC foram provenientes do grupo Transportes, com destaque para os subitens gasolina, seguro voluntário de veículo e passagem aérea.

Tabela 3 – INPC – 10 maiores contribuições positivas (azul) e negativas (laranja) e suas respectivas variações mensais, por item – Distrito Federal – setembro de 2024

Fonte: IBGE. Elaboração: IPEDF Codeplan.

Tabela 4 – INPC – 10 maiores contribuições positivas (azul) e negativas (laranja) e suas respectivas variações mensais, por subitem – Distrito Federal – setembro de 2024

Fonte: IBGE. Elaboração: IPEDF Codeplan.

3 – Índice CEASA do Distrito Federal – ICDF

O Índice Ceasa do Distrito Federal – ICDF registrou queda na média geral dos preços de 8,55% em setembro de 2024, comparado ao mês anterior. Dentre os produtos comercializados no âmbito da CEASA/DF, foram observadas deflação no setor de FRUTAS (-11,30%) e de OVOS E GRÃOS (-5,56%). Já o setor de LEGUMES teve alta de 3,51%, e o de VERDURAS, 3,85%.

3 – Considerações Finais

Inflação em setembro de 2024

  • Os preços dos bens e serviços no Distrito Federal registraram alta de 0,26% em setembro de 2024, conforme a variação mensal do IPCA, enquanto o índice nacional foi de 0,44%. No acumulado de 12 meses, o DF apresentou a sexta maior inflação entre as capitais analisadas, com uma taxa de 4,50%.
  • A inflação medida pelo INPC em setembro foi de 0,41% no DF. O grupo Habitação teve a maior contribuição na cesta de consumo do INPC, que ficou  0,15 p.p. acima do IPCA.
  • Entre as contribuições positivas para o aumento de preços no DF, destaca-se a energia elétrica residencial, devido à mudança na bandeira tarifária durante o período.
  • Além disso, o grupo Transportes registrou as principais deflações do mês, impulsionado pela queda nos preços da gasolina, do seguro voluntário de veículos e das passagens aéreas.